O espanhol "[REC]" é tudo o que querem ser as Noites e Mundos do Terror promovidos por parques de diversões. Perseguições, correria, sangue, gritaria e muitos, muitos sustos. O filme tem feito bilheterias gordas na Espanha e no México. Dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, "[REC]" começa tranqüilo, com a loirinha Manuela Velasco, que é uma atriz espanhola bem popular, com o microfone na mão, olhando para a câmera. Ela é repórter do programa noturno “Enquanto Você Dorme” e vai acompanhar a rotina em um quartel do Corpo de Bombeiros, junto com Pablo, o cinegrafista. E é pela câmera na mão dele que você acompanha o desenrolar da madrugada, é o que ele está gravando que está na tela.
A primeira ocorrência dos Bombeiros é atender uma mulher idosa que está presa em um apartamento e não pára de gritar. Chegando lá, os demais moradores do prédio estão no hall de entrada. Quando os policiais chegam ao apartamento, a velha surge berrando que nem louca, se debatendo, agarra um policial, morde e arranca um pedaço do rosto dele. Tudo filmado por Pablo, em closes bem incômodos.
Os zumbis vão se multiplicando em velocidade aterrorizante, já que todo mundo que é mordido vira um deles. E pra piorar as autoridades resolvem lacrar o prédio, por ameaça de epidemia de uma doença infecciosa. Os seres humanos normais, portanto, vão sendo cada vez mais encurralados por mais e mais zumbis sangrentos, histéricos e assustadores.
A repórter repete o tempo todo para que Pablo não páre de gravar, de modo que um corpo desaba do terceiro andar, dois zumbis atacam ao mesmo tempo a repórter, o policial e o médico, mas Pablo não desliga a Câmera. A repórter passa então a entrevistar as pessoas, porque diz que precisa mostrar o absurdo que se passa dentro do prédio. E aqui você pode até tentar parar um pouco de sentir medo e ponderar até que ponto a imprensa deve ir e com que finalidade usa as reportagens que produz.
"[REC]" tem momentos aterrorizantes de verdade, em que me peguei tapando os ouvidos para não ser vítima dos sustos sonoros que o filme nos prega. Os atores, inclusive, também foram vítimas de alguns sustos. Algumas cenas foram gravadas sem que eles soubessem o que ia acontecer. Então, algumas reações que você vê na tela são absolutamente reais e verdadeiras.
Vencedor de vários prêmios europeus, o filme já teve a continuação anunciada pelos diretores. Mas os detalhes ainda não foram divulgados.
16.11.08
Vicky, Cristina, Barcelona
Já faz alguns anos que Woody Allen se aventurou por outras paragens e deixou de ambientar histórias em Nova Iorque. Descontente com a obsessão cada vez maior dos grandes estúdios por bilheterias e perdendo o lugar dele ao sol, o cineasta filmou os três últimos longas em Londres: "Match Point", "Scoop – O Grande Furo" e "O Sonho de Cassandra".
Da Terra da Rainha partiu para o território de Gaudí e Miró, em “Vicky, Cristina, Barcelona”. Não é à toa que o nome da cidade está no título como uma personagem. Woody Allen retrata lindamente e talvez com alguma obviedade a arquitetura, as curvas, as cores e - por que não? - toda a sensualidade da cidade catalã, que tem quase vida própria no filme.
Rebeca Hall é Vicky, Scarlett Johansson, mais loira do que nunca, é Cristina. As duas amigas vão passar uma temporada na Espanha. Vicky é séria, cheia de conceitos e está prestes a se casar com um homem ultra convencional. Vai a Espanha fazer mestrado. Já Cristina é extremamente liberal, acabou de terminar um relacionamento e abandonou um curta metragem antes do fim. Quer um homem diferente, capaz de surpreendê-la. Vai a Espanha acompanhar a amiga.
Em um jantar, são abordadas pelo artista plástico Juan Antonio, interpretado por Javier Bardén, que, tão liberal quanto Cristina, convida as duas para uma viagem a Oviedo para ver uma escultura, passear e... transar! Vicky acha a proposta inconcebível. Cristina aceita na hora.
Depois do fim de semana em que Juan Antonio planeja ficar com uma, mas acaba atacando a outra, Cristina vai morar com ele. Em seguida o pintor recebe em casa, recém saída do hospital por tentativa de suicídio, a ex mulher com quem tem uma relação irritantemente passional: Maria Helena, em ótima atuação de Penélope Cruz. Então, os três passam a morar juntos.
Enquanto Cristina experimenta e tenta se adaptar àquela situação pouco convencional, Vicky recebe o noivo em Barcelona, mas não consegue parar de pensar em Juan Antonio e tudo o que ele representa. A medida que se deixa provar algumas situações, a quadradinha vai saboreando ímpetos de impulsividade. E a inconseqüente que não sabe o que quer começa a perceber alguma graça em ter relacionamentos estáveis e vida planejada. Na verdade, elas só querem encontrar o tal do maldito equilíbrio que lhe permitam ser felizes.
Mais uma vez, Woody Allen retrata sem julgamentos os dramas e as facetas das pessoas e coloca uma lente de aumento bem potente sobre os relacionamentos, dos mais certinhos, até os menos convencionais.
Ah, e os eufóricos pela tão falada cena quente entre Penélope Cruz, Scarlet Johansson e Javier Barden podem se decepcionar...
Da Terra da Rainha partiu para o território de Gaudí e Miró, em “Vicky, Cristina, Barcelona”. Não é à toa que o nome da cidade está no título como uma personagem. Woody Allen retrata lindamente e talvez com alguma obviedade a arquitetura, as curvas, as cores e - por que não? - toda a sensualidade da cidade catalã, que tem quase vida própria no filme.

Em um jantar, são abordadas pelo artista plástico Juan Antonio, interpretado por Javier Bardén, que, tão liberal quanto Cristina, convida as duas para uma viagem a Oviedo para ver uma escultura, passear e... transar! Vicky acha a proposta inconcebível. Cristina aceita na hora.


Mais uma vez, Woody Allen retrata sem julgamentos os dramas e as facetas das pessoas e coloca uma lente de aumento bem potente sobre os relacionamentos, dos mais certinhos, até os menos convencionais.
Ah, e os eufóricos pela tão falada cena quente entre Penélope Cruz, Scarlet Johansson e Javier Barden podem se decepcionar...
Assinar:
Postagens (Atom)