30.9.08

DVD: Zona do Crime

Três moradores de uma favela aproveitam a queda de energia provocada por um temporal e invadem um condomínio fechado de alto padrão, repleto de câmeras de segurança e cercas eletrificadas. Quando estão roubando a primeira casa, são surpreendidos por uma mulher. Que é morta por eles. A empregada aciona o alarme e, em vez de chamar a polícia, os moradores do condomínio decidem resolver o caso e - aqui cabe perfeitamente a tão desgastada expressão - “fazer justiça com as próprias mãos”.

Essa história poderia se passar em São Paulo, no Rio, em Belo Horizonte ou em qualquer grande cidade, em qualquer país assolado pela segregação social. No entanto, Zona do Crime se passa na Cidade do México e é dirigido com maestria por Rodrigo Plá.

Mostra situações que estamos cansados de ver por aqui, no cinema e na vida real: o universo super protegido de uma classe privilegiada, que sente pavor quando tem a segurança ameaçada pelos pobres.

No filme, logo se sabe que nenhum dos três rapazes consegue sair do condomínio, chamado La Zona. Dois foram assassinados pelos moradores e tiveram os corpos escondidos. O terceiro, Miguel, se perdeu por algum canto da fortaleza. O pânico leva as pessoas a se armarem de revólveres, apitos, lanternas e cachorros na perseguição incessante e vingativa ao menino. Impedem a polícia de investigar o crime, de entrar no condomínio, fazem reuniões para decidir o andamento dos trabalhos.

Entre os moradores, poucos acreditam que o "olho por olho, dente por dente" resulta em uma sociedade mais justa. Eles se opõem ao esquema e são duramente repreendidos pela maioria, que está convencida de que o mesmo dinheiro que compra mansões e carros importados também compra a condescendência da justiça e a omissão da polícia. É a lei do mais forte. E o mais forte quase sempre é o mais rico.

Sem fazer concessões, Zona do Crime suscita várias perguntas: quem é vítima do quê? Quem é vítima da violência de quem? Quem é culpado? Existe um? Existe crime inaceitável e crime tolerável?

Nos extras do DVD, o diretor Rodrigo Plá diz que a idéia é justamente essa: levar algumas questões ao espectador. Diz que o filme é uma amostra do que acontece no mundo, citando o enorme muro que existe entre México e Estados Unidos. E a política européia em relação aos estrangeiros? Será que não é o mesmo muro?

Não foi à toa que Zona do Crime levou o prêmio de melhor filme latino americano no Festival de Veneza e o prêmio da crítica no Festival de Toronto no ano passado.

Nos extras, além de pequenas entrevistas com Rodrigo Plá e o elenco, você encontra um curta metragem não menos interessante do mesmo diretor. O Olho na Nuca é estrelado por Gael Garcia Bernal e também aborda vingança e a justiça.

16.9.08

Mamma Mia!

Tem quem adore, tem quem odeie. É difícil ficar no meio termo quando se trata de musicais. Mamma Mia tem sido considerado um fenômeno de público nos países por onde passou. A estimativa é bater os 200 milhões de dólares no mercado internacional. O filme estrelado por Meryl Streep e Pierce Brosnan é baseado no espetáculo teatral inglês que há 5 anos está em cartaz no Hotel Mandalay, na Broadway, com canções do grupo sueco ABBA.



Como em todo bom musical, as canções fazem parte da narrativa e ajudam a contar a história. E em Mamma Mia ela é a seguinte: Sophie, interpretada por Amanda Seyfried, mora com a mãe, Dora Sheridan, papel de Meryl Streep, em uma paradisíaca ilha grega. Elas cuidam de um hotel e levam uma vida meio riponga. Às vésperas de se casar, Sophie não sabe quem é o pai dela, mas descobre um diário da mãe e encontra três possibilidades: Bill, Sam e Harry, respectivamente Stellan Skarsgård, Pierce Brosnan e Colin Firth


Ela convida os três para o casamento, sem a mãe saber. E eles vão! E vão dando um indício aqui e outro ali de que são pais dela. Dora tenta se livrar dos três com a ajuda de duas amigas que também foram à ilha para o casamento. E no meio de tudo isso vão surgindo as músicas do ABBA, cantada pelos próprios atores.

O que para uns pode ser muito divertido, para outros pode causar um pouco de vergonha alheia. Por exemplo: a cena em que as personagens de Meryl Streep, Julie Walters e Christine Baranski acham que tem 17 anos e pulam, dançam e cantam empunhando escovas, secadores de cabelo e desodorantes que fazem as vezes de microfone, envoltas em plumas e um figurino improvisado.


Amanda Seyfried, além de linda, canta muito bem. Meryl Streep também é uma boa surpresa nos vocais. Agora, Pierce Brosnan... Bem, primeiro: é um pouco estranho ver um ex 007 cantando músicas do ABBA. Depois, digamos que ele está beeem longe de ser um tenor.


Se você é do time dos que amam musicais, certamente vai sair do cinema feliz da vida, cantarolando Dancing Queen, Take Chance on Me ou Mamma Mia!... afinal, foi pra isso que o filme foi feito.

Ah, e não saia da sala antes do final dos créditos pra não perder o bis!

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14.9.08

Linha de Passe

O filme de Walter Salles e Daniela Thomas conta a história de uma família: Cleusa, papel de Sandra Corvelone – que ganhou a Palma de Ouro em Cannes - e os quatro filhos dela moram em Cidade Líder, bairro da periferia de São Paulo. Vinícius de Oliveira, de Central do Brasil, desta vez interpreta Dario, um jovem que sonha em ser jogador de futebol profissional. As peneiras nos clubes, nas quais ele nunca é aceito, é que marcam o tempo da narrativa do longa.

Dênis é motoboy, pai ausente de um bebê e não consegue sustentar o filho porque precisa acabar de pagar a moto. Dinho trabalha como frentista e no tempo livre vai louvar a Deus em um templo evangélico. O caçula e único filho negro é Reginaldo, que vive em busca do pai, um motorista de ônibus que ele não sabe quem é. E Cleusa, grávida, tenta criar todos eles da melhor forma. Trabalha como empregada doméstica e é dispensada pela patroa no final da gestação. Sutilmente, as histórias de todos eles se entrelaçam, mas o filme não tem propriamente um fio condutor, um começo-meio-e fim. É como se fosse um recorte aleatório em algum momento da vida daquela família.


A força de Linha de Passe está nas interpretações realistas dos atores, quase todos desconhecidos. Além de Sandra Corvelone e Vinícius de Oliveira, fazem parte do elenco João Baldasserini – Denis -, José Geraldo Rodrigues - talvez o melhor deles, como Dinho – e o menino Kaique de Jesus Santos – Reginaldo – uma feliz descoberta de Fátima Toledo, preparadora de elenco, em uma ONG do Capão Redondo, bairro aonde ele mora.

Na primeira cena de Dinho, ele está em um culto evangélico, entoando um canto que traduz bem a intenção dos cineastas com o longa. Os versos falam que os fiéis devem se livrar do complexo de inferioridade e mostrar o valor que têm. Daniela Thomas diz que os personagens de Linha de Passe estão em busca da própria reinvenção.
“É essa idéia da luta entre o desejo e a oportunidade. O homem contra a cidade, né, lutando pra tentar ser visto, pra ser enxergado, pra ter oportunidade, pra poder ser feliz.”


É também um filme sobre a invisibilidade de uma classe social em relação a outra, o que fica bem claro na cena em que um homem dirigindo um carro importado bate na moto de Dênis. Sobre isso a atriz Sandra Corvelone acredita que o filme pode fazer o espectador refletir.
“Quantas pessoas vão trabalhar na sua casa e você não sabe nem o nome, você não sabe o que acontece na vida daquela pessoa. Tem gente que é capaz de pagar 2 mil reais por uma bolsa, 5 mil reais por um par de brincos e pechincha para pagar uma diarista. Isso é o cúmulo, é o fim da picada!”

Linha de Passe pode ter diferentes leituras. Em uma delas, o filme desfaz a associação cada vez mais freqüente entre pobreza e criminalidade (o filme não mostra sequer uma arma), já que os personagens buscam o melhor caminho para sobreviver na periferia, lugar aonde impera o fanatismo, seja religioso ou futebolístico, e os jovens honestos são muitas vezes tidos como trouxas.

Por outro lado, pode reforçar a idéia de que essa busca pela reinvenção, pelo melhor caminho, é em vão, porque a classe baixa sempre é esmagada pela mais alta. E, assim, a frustração nessa busca e a falta de alternativa justificam qualquer atitude.


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Ensaio Sobre a Cegueira

Não li tudo o que saiu sobre o novo filme de Fernando Meirelles, mas as análises que eu li me deixaram intrigada. Dois jornalistas criticam o fato de Meirelles ter se mantido muito fiel ao livro de José Saramago. Avaliam a fidelidade como negativa, dizem que ele deveria ter ousado mais. Às vezes eu não entendo esses críticos. Aposto que se o diretor tivesse ido muito além do livro, seria igualmente criticado por isso.

Parece que Saramago gostou do resultado na tela:



Eis minhas humildes impressões:

Em Ensaio Sobre a Cegueira, personagens sem nome e sem passado são acometidos por um doença misteriosa que faz com que todos fiquem cegos, à execeção de uma mulher, chamada pelo autor de "a mulher do médico". Eles são mantidos em quarentena em um manicômio. Sem o menor auxílio do governo, vivendo em condições sub humanas, se forma ali uma sociedade paralela que estabelece regras próprias. No limite da sobrevivência, aquelas pessoas passam a relativizar os valores morais e materiais. Resgatam sentimentos nobres, como a solidariedade e o altruísmo. Mas também escancaram seus lados mais podres, a ambição, o oportunismo.

O 'ver e não enxergar' de Saramago, como metáfora das relações sociais, é levada à tela por Fernando Meirelles com aspecto visual forte. As imagens são muito claras. A iluminação é estourada. Os planos são muitas vezes mal enquadrados e sem foco. O diretor pretende provocar no espectador uma sensação parecida com a dos personagens.
"A partir de um certo momento nós usamos muito reflexo. Então, às vezes vocês está vendo a imagem, acha que é real, mas é a imagem virtual, a imagem que está partida em dois, três... Muitos planos mal enquadrados, como se a câmera estivesse sendo operada por uma pessoa cega. Esses truquinhos todos foram soluções para colocar o espectador nesse mundo da cegueira."

O aspecto muito branco envolveu também a protagonista do longa, a atriz Julianne Moore.
"No nosso primeiro encontro, Fernando me disse: eu acho que você deveria engordar um pouco e cortar o cabelo. Eu concordei. Eu achava que a personagem deveria ser loira e ele disse: não, não. Mas eu não contei pra ele que eu sou loira, de qualquer forma. Eu sentia que a personagem tinha que ser loira. Seria perfeito, por causa da palidez do filme."

A sonoridade também é muito salientada em Ensaio Sobre a Cegueira. Buzinas de carro, freadas bruscas, o despertador, o liquidificador ligado. O som disso tudo é muito aguçado, o volume é alto, como se para compensar a falta de visão. Uma campainha, uma sineta, está presente durante todo o filme para "avisar" o espectador de que mais alguém ficou cego. Com o som, e não a imagem, evidenciado, até uma cena de sexo se torna sutil.

As cenas externas foram filmadas em uma São Paulo sem identidade, quase irreconhecível. E um presídio canadense desativado foi transformado no manicômio.

Ensaio sobre a Cegueira é uma co-produção de Brasil, Japão e Canadá. Traz no elenco além de Jullianne Moore, Mark Rufalo, Dennis Glover, a brasileira Alice Braga e o mexicano Gael Garcia Bernal (em quem você vai ter vontade de dar um tiro).

Quase sempre que uma obra literária é adaptada para o cinema, se diz que o livro é melhor do que o filme. S você leu o livro de Saramago, faça a sua comparação. Se não leu, é bem possível que você saia do cinema e passe em uma livraria.

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Bossa Nova Iorque

Rodrigo Santoro é Joaquim, Ângelo Paes Leme é Davi, Jair Oliveira vive Geraldo e André Moraes, Paulo César, o PC. Eles formam o quarteto musical Os Desafinados, que um dia se apresenta para um gringo com a promessa de uma carreira bem sucedida. Antes mesmo de terem a resposta, já estão super animados, fazendo planos internacionais. No fim, são preteridos pelo gringo, mas decidem partir para Nova Iorque mesmo assim.


Os quatro, mais o amigo Dico, um jovem cineasta ansioso pelo primeiro filme, interpretado pelo quase sempre ótimo Selton Mello, se amontoam em um quartinho minúsculo e saem pela cidade para arrumar onde tocar. É a música que apresenta Joaquim a Glória, papel de Cláudia Abreu, em pleno Central Park, ao som do violão dele e da flauta transversal dela. Glória vira a vocalista do grupo. E Joaquim vive um conflito, já que se apaixona por Glória, apesar de ter deixado a mulher grávida no Brasil.

Com exceção de André Moraes e Jair Oliveira, que são músicos, os demais tiveram de aprender a tocar alguns instrumentos e ensaiar bastante. Cláudia Abreu teve de aprender flauta transversal. E Santoro já é quase um pianista. O diretor Walter Lima Jr. conta que ele aprendeu, na marra, a tocar uma canção de Chopin, depois de exaustivos 5 meses de ensaios de até 8 horas por dia.


O filme revela alguns talentos musicais dos atores e o talento para interpretar dos músicos. André Moraes e Jair Oliveira podem são ser atores brilhantes, mas funcionam bem nos papéis. O quarteto parece muito entrosado musicalmente e Walter Lima Jr. garante que não foi truque de finalização do filme, não. Ele diz que foi tão prazeroso e os rapazes ficaram tão amigos, que vão sair em turnê pelo Brasil, tocando as músicas do filme - com exceção de Santoro, por problemas de agenda.

O longa é repleto de referências pessoais de Walter Lima Jr. O nome dos personagens, por exemplo, foi uma homenagem a amigos (também do mundo das artes). O filme que Dico dirige no longa é do próprio Walter e nunca foi filmado. Foi Selton Mello, aliás, que dirigiu o filme dentro do filme, com o consentimento de Lima Jr.

Os Desafinados se passa em dois tempos: o presente, em que os amigos já beiram os 50 anos e se reúnem em um bar de Copacabana para uma filmagem de Dico, e o passado, 25 anos antes, quando eles desbravam Manhattam e vivem experiências musicais, amorosas e existenciais. O pano de fundo do filme é a realidade política, social e cultural da década de 60. Tudo num clima bem bossa nova...

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Tropic Thunder

Trovão Tropical é escrito, produzido, dirigido e protagonizado por Ben Stiller, de Quem Vai Ficar com Mary? e Quero Ficar com Polly. Trata-se de uma comédia rasgada que tira o maior sarro da cara de Hollywood.


A história é a seguinte: Stiller é Tugg Speedman, um ator decadente que é paparicado o tempo todo pelo agente, sem quem ele não vive. Tipo uma babá. Speedman integra um elenco que está fazendo um filme de guerra no Vietnã e conta com o longa pra se reerguer. O filme começa com uma seqüência interminável de batalha, helicópteros, bombas e explosões que lembram muito O Resgate do Soldado Ryan. O problema começa quando o diretor coloca todo mundo no meio da mata, os atores se desentendem e vão parar nas mãos de um grupo produtor de heroína.

No elenco estão Jack Black - de Escola de Rock -, Robert Downey Jr. (numa caracterização impressionante), Matthew McConaughey, Brandon T. Jackson e Steve Cooney, com particpações especiais de Nick Nolte e Tom Cruise. Aliás, por falar em caracterização, Tom Cruise faz uma participação tão especial que eu te desafio a reconhecer o astro de Missão Impossível assim, logo de cara.

Trovão Tropical faz referências à filmes e atores o tempo todo. Ridiculariza o egocentrismo deles. Basta dizer que o soldado de olhos puxados se chama Alpa Chino e que um outro, em determinado momento, afirma que não lê o roteiro, é o roteiro que lê ele. O filme satiriza também os estúdios, os diretores e até o Oscar... Ninguém - ou quase ninguém - escapa das piadas afiadas de Ben Stiller.

Ele continua excessivamente careteiro, assim como Jack Black, mas apesar disso e da grande dose de besteirol, o longa tem diálogos inteligentes e engraçados. Filmado no Havaí, é a produção mais vista nos Estados Unidos desde que estreou, em 15 de agosto. Até a semana passada, tinha arrecadado mais de U$65,5 milhões e a previsão é de que ultrapasse os U$100 milhões.

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Obs. da série quebrando paradigmas: Nunca achei na vida que um dia eu escreveria sobre uma comédia. De Hollywood. Que eu gostasse minimamente.

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Um Crime Americano

Quando o filme começa, estamos em 1966, e uma adolescente brinca em um carrossel, narrando a história. Em seguida, o filme nos leva a um tribunal sem que a gente entenda muito bem o que uma coisa tem a ver com a outra.

É assim, entre idas e vindas no tempo, que o diretor Tommy O’Haver reconstrói a história real de Silvia Likens na cidade de Indianópolis (a cidade natal do diretor), que chocou os Estados Unidos, em 1965.



A protagonista é vivida por Ellen Page, que foi indicada ao Oscar do ano passado como melhor atriz por Juno. E aqui, no thriller Um Crime Americano ela mostra que a indicação não foi à toa.

Os pais de Sílvia trabalham em um parque de diversões e deixam a menina e a irmã, Jennie, por um longo período na casa de Gertrudes Baniszewski, uma mãe solteira de 7 crianças, interpretada por Catherine Keener, indicada ao Oscar por Capote e Quero ser John Malkovitch. Doente e sem dinheiro, ela aceita cuidar das duas irmãs Likens, mediante um pagamento mensal.

A convivência começa bem e quando você começa a achar que as duas foram naturalmente integradas àquela família um tanto estranha, a filha mais velha de Gertrudes se desentende com Sylvia. E aí começa o pesadelo dela.

Gertrudes tem severos métodos de educação e punição. Toma remédio e tosse o tempo todo, tem total domínio sobre os filhos e faz o que for preciso para protegê-los. As punições à Sylvia incluem sessões organizadas de torturas físicas e psicológicas. Os vizinhos se omitem. As crianças não só se omitem, como participam daquele ritual insano, mostrando o lado mais perverso delas.

Sylvia é aprisionada, torturada e morta no porão da casa de Gertrudes, em Indianópolis. E a família depois é julgada por isso.


Quase todos os diálogos do filme foram baseados nos depoimentos dados no tribunal, durante o julgamento.

Todo o elenco vai muito bem, mas o ponto alto do filme é a interpretação de Ellen Page e Catherine Keener, que dão uma aula. Page chegou a emagrecer visivelmente durante as filmagens por causa da personagem, que fica sem comer.

Em Um Crime Americano importa menos o final da história, até porque ela é real e, portanto, já conhecida. O que interessa é a forma como essa história é contada no cinema: com idas e vindas no tempo, sem poupar o espectador da brutalidade, mas sem fazer julgamentos.